domingo, 27 de dezembro de 2009

a morte de verónica

não há mais conversa. acordo, discussão, nada. a comunicação sumiu - creio que implodiu. foi mesmo discreto. fato é que não a encontro mais, e ela talvez nem se lembre da minha existência. não creio que por falta de importância. naquele bendito 'fundo' pode restar um tequinho da minha prepotência. ainda assim, não soará mais a minha prepotência, penso, já que agora ela parece ter aprendido a sinceridade (o processo é longo).
de qualquer forma, este é meu último discurso. mais raso que todos os demais, julgo. relevante por ser meu e ponto. (o processo é mesmo longo)
era tudo uma questão de completar, de fazer parte, e minha maior infelicidade, gigante, que me faz discursar quase que em tom de suicídio, é sentir que não cresço mais. ela, sim. eu, não. já não posso fazer parte, enfim. estive em equilíbrio quando o crescimento era confuso. quando não se pensava nele nem se interessava por ele. agora é consciente. agora é desejado. é querido, de fato. o agora é a minha morte.
o legado está aí. e é só o que tenho e levo comigo.
a morte não é mesmo um fim (jamais me despediria sem mais um dos incríveis clichês). em mim, menos ainda é transformação. o que me torna ainda mais melancólica.
recolho-me no que chamo que estagnação-eterna (uma idéia a se pensar). vou para o nada que é também origem. que é vazio e não tem cor. não desafina nem é amargo. é nada. esta é a minha morte, e é em tom-de-nada que me despeço para sempre.

não voltarei quando doer pra respirar. nem quando doer não querer parar de respirar.

me haga la modestia.

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