sexta-feira, 23 de outubro de 2009

a cegueira e o parto

só sabia que era dia pelos números no relógio. a luz mesmo, estava literalmente nublada. depois de uns oitenta e poucos olhares cruzados e desinteressadamente des-cruzados, a tal da providência divina me fez dar de cara com o mosteiro de são bento. aquele lá, que se diz(em) bonito por fora, mas por dentro, vem a preguiça, ou outra fuga parecida com ela, e cega a surpresa.
pois dessa vez ela não venceu, não. me aproximei fazendo o sinal da cruz - já quase nem lembrando qual o lado do santo ou do espírito. entrei cega, meio sem coragem. andei mais um pouco e deixei a luz entrar aqui. como é lindo lá dentro...! sem pieguisse alguma, é realmente lindo lá dentro, viu? aqui, nem sempre.
bom, sei que me sentei logo e me diverti flertando os vitrais. alguns minutos e já queria ficar cega de novo. cansa rápido, ? repousei as mãos nos poros de pele-branca de quem vive em são paulo - sujos - e a cabeça pendeu.
todas as lágrimas do mundo, leves, pesadas, solitárias, em bandos, todas elas nasceram.
parto normal, como tinha que ser.

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