há quem classifique o bê-a-bá como uma daquelas fugas. de não olhar no olho, e coisa, e tal. mete a caneta no papel sem linhas como se prestasse...! ah, presta. pra quem encontra no branco a audácia que a boca não permite ao vivo, presta. é, não sei bem se é a boca mesmo. a coitada só não consegue abrir...! mas o contra-comando vem de outro canto, isso é certo. e cada hora um canto, o mesmo contra-comando. é mesmo confuso, sabe? tem hora que não vem nada. a cabeça fica no branco-de-fato. nada pra boca, nenhum presente pras mãos. e fica o silêncio. há de acreditar que tem hora que vem tudo. a cabeça fica nas cores-todas. nada pra boca, ainda. e fica o silêncio. quem manda aí, hein? dá um pouco do gosto pra essa língua faminta, vai! ela quer o sabor que só dedos conhecem. talvez eles nem mereçam o tempo todo. a distribuição das cores é mesmo desigual, não? até que tem hora que vem tudo. a cabeça fica nas cores-todas. pitadas pra boca, enfim! o desequilíbrio permanece, mas nem reclamo (uns dois sabores por vez... tempos de um só. mistura tudo, fica uma bagunça). fenômeno é fenômeno por sua frequência. agradeço, então, ainda que seja escassa. quem sabe uma forcinha, um afinco, pra falar bonito, pra que as cores-todas, quando vierem, possam presentear dentes, língua, boca toda? acho ótimo.
(sabe? o tal do afinco... tá sempre ali no máximo. e tem hora que não soa suficiente. talvez o esquema seja adaptá-lo, não? como um estômago. pequenino, pobre. coma mais, ele alarga. mesmo? não tem volta, mas não é um risco-ruim. tem só que saber lidar. é, estou disposta. taí o máximo do afinco. vamos lá.)